Sá da Bandeira

-Ola.
Não te conheço.
-Uma cerveja.
Nem quero conhecer.
-Obrigada.
Não preciso.
-Diverte-te.

O tempo passa…
-Ola outra vez!
…o alcool é que não…
-Hey!!
Já paravas de beber vanessa - penso eu - estas a trabalhar.. és sempre a mesma coisa..
-Uma cerveja…
E desta vez sinto que levas mais do que uma cerveja.
-ate já
Embriagada na curiosidade que se volatiliza a minha volta…
-ate já!
…peço mais um olhar.. so mais um olhar..

O tempo passa..
-Vitor, vou ver o concerto.
…a curiosidade é que não.
-Estas aqui!!
- Sim, vim ver o concerto.
E vin-te ver a ti…
-Toma, esta é para ti
O que é que eu estou a fazer…
-Obrigda!
E o teu sorriso fica tao grande que me empurra de volta para a segurança do balcao.. Bebe mais um bocado vanessa - penso eu - deves tar a ficar doente.. de curiosidade..
E isso mata gatos… tu gostas de gatos… não faças isso.

-Entao
A tal “coisa” volatil parece tambem ter atingido o outro lado do balcão..
-Curtiste?
Sinto um instinto primitivo que estou a tentar trancar a 8 chaves…
-Muito!!
...um surrizo…
-Ainda bem
e vais abrindo cada porta,
-Toma
e vais entrando,
-Oferta da casa
sem sabermos que já tinhas entrado mal passamos a porta do teatro.
- Obrigada
Sinto cada passo teu, engulo as chaves em seco… não vou conseguir barrar-te a entrada, não quero.
-Da-me o teu numero
A sagres levantou o pano das formalidades e lançou-nos para o palco da vida.
-para te poder retribuir isto.
Deixados á sorte das falas improvisadas, escrevemos um guiao luz da pressa que a razão adormecida tenta acompanhar.
-Já nem me lembro…
A peça tem o nome de destino.
-Toma o meu.
E escolheu os dois melhores actores para a representar.
-Ate qualquer dia.

Achei-te. Achei-me. Agora vamo-nos perder os dois.